quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A Perda

Trim, trim, o telefone toca.
--Alô.
--Alô, rapaz, como você tá?
--Bem, bem, que você manda?
--Então, cara, estou aqui meio sem graça por que preciso te dizer uma coisa.
--Magine, não se preocupe, o que que houve?
--Lembra o que você tinha me emprestado?
--Hum, sim...
--Então...
--Não vai dizer que...
--Sim...
--Não pode ser...
--Mas é... perdi seu pâncreas.
--Cara, como você conseguiu?
--Não sei, estava aqui no meu quarto, mas quando fui procurar, não achei.
--Não acredito!
--Desculpa, desculpa mes...
--Tá, tá, pode pedir desculpas, mas como fico sem meu pâncreas?!
--Te arranjo um novo... olha, vai ser melhor, vai estar novinho, novinho.
--Bom mesmo... mas o que faço até lá?
--Ah, acho que é melhor comer umas coisas mais... digeridas?
--Mé... comida digerida é horrível.
--Desculpa, cara...
--Eu gosto tanto de digerir...
--Eu sei.
--...
--Cara, preciso sair, meu fígado quer falar comigo.
--Vai lá... e manda um abraço pra ele por mim.
--Certo, tchau...
--Tchau...

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Xô Satanás

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